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Língua Tupi e sua contribuição para a construção da língua portuguesa brasileira.

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Uma das coisas que mais diferenciam o português do Brasil e o português de outros países lusófonos é o uso extenso de vocábulos de origem tupi no nosso dia-a-dia. Tupi foi a língua indígena encontrada pelo portugueses quando aqui aportaram. Era a língua materna de várias etnias indígenas que viviam na região litorânea e o seu uso foi corrente durante os primeiros 200 anos de colonização. Foi usada pelos padres jesuítas e pelos bandeirantes. Do contato do tupi com a língua portuguesa, surgiram duas  línguas mestiças, a língua geral paulista, falada na região de São Paulo, e a nheengatu, falada no Norte do país. Das duas línguas, só nheengatu sobreviveu e é cooficial no município de São Gabriel da Cachoeira, estado do Amazonas. A língua geral paulista existiu até o início do século 20 no interior de São Paulo, contribuindo e muito com os falares dos seus habitantes, como o R retroflexo, aquele produzido como no inglês. Apesar da sua extinção, a língua tupi nos deu de herança vári

Acrônimos e suas derivações.

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Dedetizar, dedetização, dedetizador. Muitas siglas e acrônimos são criados todos os dias em todas as línguas. Mas alguns deles passam pelo processo de lexicalização e de formação de neologismos. Um neologismo criado no português do Brasil é a palavra 'dedetização'. Que é proveniente da sigla DDT. DDT (Dicloro Difenil Tricloretano) era um veneno muito usado anos 1960 para eliminar pragas indesejadas nos lares. Com o tempo, esse veneno deixou de ser usado por ser considerado perigoso para a saúde humana e para o meio-ambiente. Mas de DDT surgiu o verbo dedetizar (e o substantivo dedetização e o adjetivo dedetizador) usado até hoje como sinônimo para desinsetizar e desratizar o ambiente. Para efeito de curiosidade, temos vários outros exemplos de siglas e acrônimos que entraram no léxico: óvni, abecedário, Petrobrás, etc. Um das caraterísticas de quando um siglema se torna um léxico da língua é quando passa a obedecer as regras de acentuação de ortografia, de plural  e

Vocês sabem a origem da palavra 'gibi'?

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É uma daquelas palavras cujo significo evoluiu com o passar dos anos, tanto que hoje ninguém no Brasil faz qualquer noção do seu primeiro significado. Gibi originalmente significava "menino", "moleque negro". negrinho. Mas ano 1939 uma editora brasileira resolveu criar uma revista em quadrinhos de título gibi cujo logotipo tinha um menino negro. Segundo o dicionário Houaiss não se sabe a origem etimológica da palavra gibi na sua primeira acepção. Mas eu desconfio que tenha alguma origem racista, afinal, ninguém nomeia um menino branco de alguma coisa. Com o tempo, termo "gibi" foi se tornando sinônimo para histórias em quadrinhos até o ponto que hoje ninguém mais ter qualquer noção do seu primeiro significado e nem de que se originou de uma nome de uma revista. Ou seja, tornou uma metonímia, tal como maizena para amido de milho, gillete para lâmina de barbear, bombril para esponja de aço e por aí vai. http://culturahq.blogspot.com/201

O Acordo Ortográfico precisa de ajustes.

Eu sei que o Acordo ortográfico (AO90) gera bastante controvérsia, principalmente em terras lusas. Mas eu, particularmente, sou favorável a ele. Pelo menos a ideia dele. A língua portuguesa não é propriedade do Brasil ou de Portugal ou de Angola, mas sim de toda a Lusofonia. E por estarmos presentes em todos os Continentes habitados e ser a 6ª língua mais falada no mundo, para manter a sua unidade linguística, não podemos tratar a política da língua de forma estanque e bairrista, porque a nossa língua tem sua relevância no cenário mundial, e só não tem mais, porque os nossos líderes não se esforçam para melhor promovê-la. Nisso que entra o Acordo Ortográfico. Para que a língua seja escrita da mesma maneira ou quase da mesma maneira em todo lugar do mundo. Qualquer língua que se preze possui um sistema ortográfico uniforme e válido nos lugares onde é falada. Agora, é fato ou facto, que a o Acordo Ortográfico de 1990 possui algumas incongruências que vão de encontro ao objetivo qu

Ensino do português no Uruguai.

Nas cidades de fronteira com o Brasil, como Rivera e Artigas, a língua ficou: o Dialeto Português do Uruguai é falado por 15% da população. Há aulas de português em 83 escolas públicas de ensino básico do Uruguai, sendo a maioria delas em zonas de fronteira com o Brasil, segundo números oficiais. Em apenas seis das escolas que disponibilizam o ensino do idioma, ele é considerado uma língua estrangeira, como nas escolas chamadas Brasil, Portugal e Rui Barbosa, na capital, Montevideu, afirmou à Lusa a coordenadora de Português no Departamento de Segundas Línguas do Conselho de Educação Inicial e Primária, Cinthia Nuñez. Nas outras 77 escolas, em zonas fronteiriças com o Brasil, o português é a segunda língua local, como resultado da presença brasileira histórica na região. Há 190 anos, em agosto de 1925, o Uruguai proclamou-se independente do Brasil, do qual fazia parte politicamente. Nas cidades de fronteira, como Rivera e Artigas, o idioma permaneceu e é chamado de Dialeto Por

O 'x' da questão.

Quando estamos nos alfabetizando, umas das letras mais curiosas para se aprender o fonema que representa é a letra x. Na nossa língua o x pode representar quatro fonemas diferentes, a depender da palavra. Com a prática e algumas dicas nós aprendemos a distingui esses sons só de lê-los. Mas  para quem está em processo de aprendizagem da escrita ou seja estudante de estrangeiro de língua portuguesa podem observar algumas dicas de como descobrir quando o x tem som de 'ch', 'ks', 's' ou 'z'. No geral, não há uma regra "100%" segura da pronúncia correta de cada palavra com x, porque há muita exceções. Mas é possível nos atentarmos a alguns padrões. Vamos a eles?! Som de 'ch'. Sempre que a palavra começa com x:  xícara, xácara, xadrez, xereta etc. Palavras de origem africana, indígena, inglesa aportuguesadas: axé, maxixe, xerife,xampu etc. Quando a palavra começa por en: enxada, enxaqueca, enxabido, enxágue, enxofre, enxov

O trema caiu. E agora?

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Com o advento do Acordo Ortográfico da língua Portuguesa (AO), que reformou a escrita de todos os países de língua portuguesa, o trema, que era só usado no Brasil, foi abolido e deixou de ser obrigatório o seu uso nas palavras vernaculares no nosso país. Para alguns um alívio, já que na prática não usavam os dois pontinhos em cima do "u". Para outros, o seu fim pode-se dificultar a correta pronúncia das palavras, principalmente daquelas cujo uso não é frequente. O trema é um sinal diacrítico* que era usado nos segmentos «gue»,«gui», «que», «qui» para indicar a pronúncia átona do "u" e não confundir com s os dígrafos «gue», «gui», «que», «qui», cujo "u" não é pronunciado. Antes da entrada em vigor do AO, escrevíamos: freqüente, conseqüência, lingüística, agüentar, seqüestro etc. No geral, por força da memória auditiva, sabemos quando o u desses segmentos é pronunciado sem precisar desse sinal. Mas em alguns casos o uso do trema facilitaria s